Saturday, January 27, 2007

É, o amor tudo suporta, tudo blá blá blá. Vai viver isso, vai?

Eu bem estava empolgada em relação à graça, sabe? E ficava pensando se o que faço é realmente ser um verdadeiro despenseiro da graça como Pedro ensina: "Servi uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus" ( I Pe 4:10)
A graça, segundo o que eu aprendi é a única forma de fazer o ser humano entender que não pode ter nada de si mesmo, mas tudo o que tem é por doação divina. A graça, no lugar da cobrança insistente, é o único jeito de fazer o indivíduo entender suas responsabilidades como cristão, e praticá-las por amor não obrigação, troca ou medo.
Mas o que fazer quando a graça parece apenas incentivar a irresponsabilidade, a falta de compromisso?
Quando li que a graça de Jesus atraía as pessoas mais "impuras" de seu tempo ( leprosos, samaritanos, prostitutas, ladrões, mortos, pescadores) fiquei tão entusiasmada que achei que poderia sair nas ruas abraçando os mendigos, pedindo perdão pra todo mundo, perdoando até quem não me ofendeu, jogando beijos pra o céu, fazendo planos, chamando todos os malucos que eu via pela rua pra vir à "igreja que tinha graça" e tudo o que um cristão romântico podia fazer, eu fiz.
Eu pensei: agora eu vou atrair todos os jogados do mundo, todo mundo que ninguém dá nada vai vir pra perto de mim. E o que acontece? BINGO! Foi exatamente isso o que aconteceu. De repente minha igreja encheu de adolescentes cabeludos, cheio de peircings, (incluindo eu mesma) alguns com tatoos, com roupas bem "alternativas", uma galera bem diferente.
Engraçado é que também, alguns jovens da igreja, que cresceram lá também se aproximaram de mim de uma forma bem natural, sem forçar, martelar. Eles estavam sempre por perto.
Eu fiz e falei tudo pra usar de graça com essas pessoas. Tentei não julgar, não acusar, não encurralar contra a parede. Os ouvia com paciência e atenção. Tentava fazer com que eles se sentissem as pessoas mais importantes do universo.
Mas o óbvio aconteceu. Eu não sou Jesus e não tinha a estrutura psicológica, e pedagógica necessárias pra ouvir os problemas de mais ou menos 30 adolescentes e ainda fazer faculdade de uma vez só. Eu me desgastei, saturei.
Isso aconteceu principalmente porque eu esperava que depois de passarmos bons momentos juntos, eles fosses querer um compromisso maior com Deus. E não era exatametne isso que acontecia. Ficamos muito unidos como grupo, mas não com o mesmo propósito. Parecia que então, depois de ter achado amigos, era pra se festar o tempo todo, por todos os motivos e nada de oração, intecessão, evangelismo. Como continuar agindo com graça pra eles? Será que não é tempo de ser mais severa e cobrar mais responsabilidade? -A graça os fazem ficar acostumados com a mordomia- Eu pensava.
É claro que não posso colocar todos dentro de um saco e falar que são um bando de festeiros descompromissados, é bom falar que daquele grupo de +- 12 pessoas, que depois se tornaram mais de 30, se tornaram adolescentes que tem mais maturidade que alguém com 40 anos de igreja. Tem aqueles com quem eu se sinto a vontade pra sentar e abrir meu coração.
Jesus andava com uma multidão atrás dele. Porém poucos desenvolveram uma amizade profunda com Ele. Todos chamaram Sua atenção, mas poucos quiseram que a atenção virasse um diálogo, e depois uma mudança de vida. Eles preferiam milagres. Mas nem por isso Jesus deixou de ser gracioso com essas pessoas.
Eu não estou me comparando com Jesus, não sou ministra da graça como Ele, pelo contrário necessito tanto da graça como da misericóridia dEle. Mas no que conseguir, continuarei a ser despenseira da graça até pra aqueles que só vêm depois do culto, pra podermos sair juntos.
A graça sempre foi a última esperança.
Mas vale lembrar que a graça NUNCA anulou a disciplina.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Tudo o que eu tinha pra te falar, eu já te falei no msn!

só, não desisti não...

7:33 PM  

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